Estamos no ano de 2020, onde com um simples toque no telemóvel conseguimos ter acesso a qualquer música do mundo. Podemos ouvir as vezes que quisermos, onde quisermos, como quisermos. Isto, escrito assim, até parece ser algo de outro mundo. Se pensarem bem, há 10 anos atrás era algo completamente impensável. Alguma vez imaginaram enquanto andavam a ir comprar discos e cassetes às lojas ou até mesmo a descarregar ilegalmente músicas no Limewire para ouvir no MP3, que apenas alguns anos depois existiria uma tecnologia assim? É inevitável, tudo tem de evoluir. Não só a música em si, mas também como temos acesso à mesma. O nome dessa evolução é Streaming.
Ultimamente tem sido uma palavra muito recorrente no mundo da música, mas o que é o Streaming? Ao contrário de um download, que consiste no descarregamento de dados, ocupando assim memória de armazenamento no dispositivo do usuário, o streaming é uma tecnologia que permite a transmissão de conteúdo online em tempo real, através de um servidor até ao dispositivo em questão.
Apesar de ser uma tecnologia existente desde meados de 2000, só recentemente é que teve o seu maior impacto no panorama tecnológico. Sendo a música uma das áreas que mais lucrou com esta nova realidade. Infelizmente, com este boom tecnológico vieram também algumas consequências, nomeadamente, no que toca à venda de álbuns. Nos USA, entre 2007 e 2019, existiu uma quebra de 388 milhões em apenas 12 anos, passando de 501 milhões de vendas de álbuns em 2007, a 113 milhões em 2019, o que se trata de uma baixa histórica na indústria musical.
No mundo do Hip Hop, esta revolução tecnológica teve efeitos bastante positivos num panorama geral. Em 2019, mais de 50% do Top 100 músicas dos USA em streaming, foram Hip Hop. Trata-se, nada mais nada menos, do género musical com a maior taxa de crescimento dos USA e do mais streamed de 2018 e 2019. Alguns consideram feitos inacreditáveis para a cultura mas por outro lado, há quem sinta que se perdeu o verdadeiro sentimento da música.
Não há como negar que o streaming veio para ficar. O impacto que atualmente está a ter e continuará a ter está a superar todas as anteriores tecnologias alguma vez utilizadas para distribuição musical. Qualquer artista, hoje em dia, tem obrigatoriamente que distribuir, também, a sua música através destas mesmas plataformas.